Professor Jones Goettert é nomeado reitor da UFGD, após três anos de intervenção
Jones Dari Goettert será reitor da UFGD pelos próximos quatro anos. Foto: Divulgação
Por: Redação
O professor Jones Dari Goettert foi nomeado nesta quinta-feira (23) como reitor da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). A instituição havia completado três anos sob intervenção do Governo Federal, que nomeou reitores pró-tempore sem levar em consideração a lista tríplice resultante da eleição realizada pela comunidade acadêmica em 2019.
A nomeação foi publicada em decreto no Diário Oficial da União de hoje e assinada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a universidade, o novo reitor deve ser empossado em Brasília (DF) para mandato de quatro anos, em cerimônia que deve ser realizada nos próximos dias.
Jones é um dos três nomes que estavam na lista tríplice encaminhada ao MEC em abril de 2019, definidos pelo Colégio Eleitoral da UFGD, em eleição realizada em 21 de março de 2019. A lista ainda continha os nomes do professor Antônio Dari Ramos e Etienne Biasotto, eleito pela comunidade acadêmica em 2019.
Jones não participou da eleição, mas foi indicado pelo Colégio Eleitoral da UFGD, juntamente com Etienne e Antônio Dari, após acordo com as outras duas chapas (lideradas pela ex-reitora que concorreu à reeleição, Liane Calarge, e o professor Joelson Pereira) que concorreram com Biasotto.
Após receber a lista tríplice em 2019, o MEC devolveu e solicitou nova eleição. A questão foi parar na Justiça Federal e o imbróglio se arrastou por três anos, com a nomeação dos reitores pró-tempore Mirlene Damázio e Lino Sanabria durante o período.
A comunidade acadêmica repudiou a intervenção na autonomia universitária e cobrava a nomeação de Etienne ao longo desses três anos.
A intervenção do presidente Bolsonaro em instituições de ensino superior é uma marca do seu governo e da educação no país. Listas tríplices foram desrespeitadas ao longo da atual gestão.
A nomeação de Jones acontece um dia após a divulgação de ações da Polícia Federal e da Justiça sobre um escândalo no MEC e prisão do ex-ministro Milton Ribeiro e pastores por suspeitas de corrupção no ministério.