Meio Ambiente: Primeiro debate traz subsídios para preservação e desenvolvimento
O evento aconteceu de forma híbrida Foto: Luciana Nassar
Nesta manhã (29) aconteceu a primeira rodada de debates estaduais promovida pelas Frentes Ambientalistas, em parceria como o Instituto Clima e Sociedade (ISC). O evento foi sediado de forma híbrida na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), por proposição do deputado Renato Câmara (MDB), e a pedido da Frente Parlamentar Ambientalista.
Renato Câmara coordena a Frente Parlamentar para o Desenvolvimento das Unidades de Conservação Ambiental e a Frente Parlamentar de Recursos Hídricos da ALEMS. “Costumam colocar a questão ambientalista como um empecilho à produção. Hoje existe esse ambiente antagônico, e os dois lados, tanto a produção quanto a sustentabilidade deveriam sentar na mesma mesa e criar direcionamentos comuns que possam convergir a sustentabilidade e a produção. O que une as duas posições é o Poder Público, pois possui vários instrumentos para minimizar a questão econômica, um dos grandes limitadores para a proteção de nossas águas e solos”, destacou.
O deputado ainda sugeriu que fosse disponibilizado um e-book com as contribuições da audiência pública desta manhã. “Vou encaminhar o relatório desta audiência ao Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso do Sul [IHGMS] para que seja elaborada uma cartilha disponibilizada a todos na biblioteca de e-books da Assembleia Legislativa. Assim todas as instituições poderão conhecer mais sobre o Mato Grosso do Sul”, disse Renato Câmara.
Mario Mantovani, diretor de Relações Institucionais da Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio Ambiente (Anamma). “A Frente parlamentar Ambientalista faz um debate estratégico para a economia, incluindo o decreto da regulação deste mercado de carbono e que pode agregar como valor nas commodities. Essa foi a grande solução na evolução, o primeiro País que levou para o Congresso foi o Brasil. Dessa vez a conferência foi a da Economia” e é importantíssima a presença do Brasil, o acordo do clima e da biodiversidade nasce no Brasil. E nossa Agricultura e Pecuária está dando resposta, mostrando que é possível ser baixo carbono”, considerou.
Victor Anequini, consultor do Centro Brasil no Clima (CBC) também destaco o papel do Brasil nas negociações internacionais sobre Meio-ambiente e Clima. “O Brasil desempenha um papel de protagonismo, demonstrada a relevância do País já, que a gente viu desde a Rio 92, e em outras conferências de clima, chegando ao Acordo de Paris, e o regulamento do mercado de carbono na COP 26. E foi importante que os governadores assumissem esse fato e a responsabilidades que os Estados tem nessas metas”, destacou.
Lucas Galvan, diretor-executivo da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), falou sobre o papel da agropcuária. “Tem um papel fundamental no cumprimento das metas, pois o setor representa mais da metade na redução das emissões de gases estufas. Em Mato Grosso do Sul já estamos em busca desta redução, e estamos em estágio muito avançado, enalteço aqui a ação do Governo do Estado, meta ousada do Estado Carbono Neutro até 2030, zerar emissões de carbono, exalto o trabalho Assembleia Legislativa que auxilia e nos dá subsídio para que isso possa ser alcançado, das academias, universidades e institutos de pesquisa, e dos produtores rurais que estão colocando isso em prática”, relatou.
O deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB-SP), destacou a importância da economia no contexto ambiental. “O Brasil precisa entender que a questão econômica deve andar junto com a ambiental, trabalhar numa estratégia de implementação de novos instrumentos, inclusive financeiros para valorizar a vegetação nativa, ter clareza que cada um dos biomas brasileiros importa, e as atividades produtivas consigam trabalhar de outra forma. Que cada ministério possa trabalhar de forma coordenada e na mesma direção, e não de formas separadas, com diálogo, transparência e com muito controle social”, frisou o parlamentar.
Robson Del Casale, chefe de gabinete da presidência da Federação das Indústrias do Mato Grosso do Sul (Fiems), destacou as ações governamentais. “É necessário reconhecer o acerto do Governo do Estado, quando resolveu colocar na mesma secretaria o Desenvolvimento e Meio Ambiente juntos, para que esse debate aconteça unido. Sobre a indústria, que gera a maior parte dos problemas para debater a preservação, trago a reflexão do que a indústria tem feito aqui no Estado. E uma das discussões é o hidrogênio verde, as energias renováveis e eficiência energética”, informou.
Sylvia Torrecilha, doutora em Ecologia e Conservação, da Assessoria de Meio-Ambiente da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura (Semagro), falou sobre o desafio de conciliar desenvolvimento com a proteção ambiental. “Desde 2016, Mato Grosso do Sul vm traçando políticas públicas para a promoção do Estado Carbono Neutro, por meio do incentivo à adoção de boas práticas de desenvolvimento sustentável e conservação de recursos naturais, nos eixos da agricultura, matriz energética renovável, pesquisa científica, restauração de pastagens e vegetação nativa e conservação de biodiversidade”, declarou.
Widinei alves Fernandes, professor Instituto de física da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) falou de um dos projetos que são desenvolvidos no campus. “O laboratório de ciências atmosféricas desenvolve um projeto que permite a previsão numérica do tempo, o clima no Pantanal, as emissões veiculares e fontes estacionárias para aliviar a poluição gerada, a qualidade do ar, um inventário de efeito estufa, estamos implementando esse modelo”, explicou.
Por fim, Leonardo Gomes, do SOS Pantanal, considerou que é preciso diálogo para avançar. “SOS Pantanal está muito inspirado e sempre busca soluções pensando junto com o Poder Público nas soluções para territórios. Entre os encaminhamentos estão as ferramentas atrativas de integração e conservação das bordas do Pantanal; o desenvolvimento dos planos de Manejo Integrado do Fogo [MIF], o avanço nas boas práticas da Pecuária, com carne baixo carbono ou carbono neutro, fazenda pantaneira sustentável, carne orgânica; e ampliação dos projetos de restauração e comissões externas da Câmara e Senado e subcomissões do pantanal e PLOA 2022”, concluiu.