TCU suspende compras de kits de robótica pelo FNDE, mesmo material adquirido pela Prefeitura de Dourados
Foto: Divulgação/Redes Sociais
O ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Walton Alencar Rodrigues decidiu por meio de liminar, nesta segunda-feira (25), suspender a celebração de contratos e repasses de recursos do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) para compras de kits de robótica por municípios de Alagoas.
O mesmo material foi adquirido pelo Município de Dourados (MS) por meio de adesão a um contrato de carona junto a empresa Megalic, mesma fornecedora dos kits escolares alvo das apurações do TCU e centro de um escândalo nacional.
A compra suspeita foi denunciada pelo jornal Folha de SP, que apurou que a empresa seria de propriedade de aliados do presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP), do mesmo partido do prefeito Alan Guedes.
O despacho do ministro do TCU dá um prazo de 15 dias para que o FNDE forneça informações sobre contratos que somariam a quantia de R$ 29 milhões, oriundas de emendas parlamentares e que foram adquiridas para 26 municípios de Alagoas e dez de Pernambuco.
O FNDE já teria empenhado mais de R$ 146 milhões para aquisição desses suportes de robótica. Algumas dessas unidades não teriam sequer estrutura básica para atender os alunos, como rede de internet. Há suspeita de sobrepreço.
Dourados no centro da polêmica
Coincidentemente, hoje, após a decisão do TCU, educadores da rede municipal de ensino de Dourados publicaram nas redes sociais supostas fotos dos kits de robóticas que estariam sendo recebidos pelas escolas.
Os profissionais da educação questionaram a qualidade do material e o valor pago, que teria sido de mais de R$ 14 mil unitário.
Ao todo, a Prefeitura de Dourados teria empenhado R$ 8,7 milhões no contrato com a Megalic para aquisição dos kits de robótica.
CPI
Durante a sessão da Câmara Municipal de Dourados desta segunda-feira, 25 de abril, a vereadora Lia Nogueira (PSDB) cobrou a criação de uma CPI da Educação para investigar, segundo ela, inúmeras irregularidades identificadas por parlamentares.
A vereadora contou que o requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito conta com apoio de seis parlamentares, sendo que para aprovação são necessárias sete assinaturas.
Os vereadores que já teriam fechado questão sobre a comissão seriam Lia Nogueira, Elias Ishy (PT), Fabio Luis (Republicanos), Márcio Pudim (PSDB), Juscelino Cabral (PSDB) e Diogo Castilho (sem partido).