Saúde recomenda que municípios de fronteira intensifiquem vigilância contra a Coqueluche
Diante do aumento de casos de Coqueluche registrados na Bolívia, a SES (Secretaria de Estado de Saúde), por meio da Coordenadoria de Imunização, recomenda que os 79 municípios do Estado, principalmente os de fronteira, intensifiquem a vigilância contra a Coqueluche e recomenda que os pais ou responsáveis vacinem as crianças. A SES segue as orientações determinada por meio de Nota Técnica publicada pelo Ministério da Saúde.
Conforme a coordenadora estadual de Imunização, Ana Paula Rezende de Oliveira Goldfinger, a coqueluche representa importante problema de saúde pública e ainda é uma causa de morbimortalidade infantil, mesmo tendo as vacinas disponíveis e ofertadas de forma gratuita.
“A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de elevada transmissibilidade, mas também é uma doença imunoprevenível. Temos vacinas para prevenir a doença, então pedimos para que os pais fiquem atentos, que busquem a unidade de saúde, que levem a caderneta vacinal da criança para atualização, se necessário”.
Entre as recomendações, a SES reforça:
• Avaliar rotineiramente as coberturas vacinais, assim como implementar estratégias de vacinação, principalmente neste momento, em que as coberturas estão abaixo de 95%;
• Intensificar vacinação nos municípios, com a vacina penta e DTP de acordo com a situação vacinal encontrada em crianças menores de 7 anos;
• Vacinar todas as gestantes com a vacina do tipo adulto – dTpa – a partir da 20ª semana de gestação;
• Orientar a atualização da vacinação com a dTpa para todos os trabalhadores de saúde.
“Lembrando que estamos com o ‘Projeto MS Vacina Mais’, então várias unidades estão com horário estendido, à nível estadual, oportunizando o acesso das pessoas às vacinas. Fique atento e busque saber qual estratégia que o seu município está ofertando”, considera Goldfinger.
A coqueluche é uma infecção respiratória, transmissível e causada pela bactéria Bordetella Pertussis, tendo como principal característica crises de tosse seca podendo atingir, também, tranqueia e brônquios. Crianças menores de seis meses podem apresentar complicações da coqueluche que, se não tratada corretamente, pode levar ao óbito.
Fatores de Risco
Os principais fatores de risco para coqueluche têm relação direta com a falta de vacinação.
Nas crianças a imunidade à doença é adquirida quando elas tomam as três doses da vacina, sendo necessária a realização dos reforços aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
Pode ser que o adulto, mesmo tendo sido vacinado quando bebê, fique suscetível novamente à doença porque a vacina pode perder o efeito com o passar do tempo.
Transmissão
A transmissão da coqueluche ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Isso é pouco frequente, porque é difícil o agente causador da doença sobreviver fora do corpo humano, mas não é impossível.
O período de incubação do bacilo, ou seja, o tempo que os sintomas começam a aparecer desde o momento da infecção, é de, em média, 5 a 10 dias podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.
Sintomas
Os sintomas podem se manifestar em três níveis. No mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado.
• Mal-estar geral;
• Corrimento nasal;
• Tosse seca; e
• Febre baixa.
Os sintomas iniciais podem durar até semanas, época em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença. No estágio intermediário da coqueluche, a tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada e pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração. A crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo.
Geralmente, os sinais e sintomas duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.
Na fase em que os sintomas são mais severos, dependendo do tratamento, podem durar até mais de um mês. É normal que adultos e adolescentes tenham sintomas mais leves em relação às crianças já que a gravidade da doença também está relacionada à falta de imunidade e à idade.
As crianças, quando diagnosticadas com coqueluche, comumente ficam internadas, tendo em vista que os sintomas nelas são mais intensos, especialmente nas menores de seis meses, que podem apresentar complicações mais graves como:
• Infecções de ouvido;
• Pneumonia;
• Parada Respiratória;
• Desidratação;
• Convulsão;
• Lesão Cerebral; e
• Óbito
Assim que aparecerem os primeiros sinais e sintomas, procure uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados.
Mantenha sua Caderneta de Saúde atualizada, vacine-se!
Kamilla Ratier, SES