Audiência dia 27: Novo Ensino Médio prejudica entrada de alunos na Universidade

Ishy mantém diálogo direto com a categoria, empenhado em reforçar as lutas no município. Foto: Francielle Grott/CMD

Evento na quinta-feira mostra como atual modelo precariza a educação pública, além de desregulamentar a profissão docente

“O Novo Ensino Médio (NEM) é uma política que deprecia os currículos da rede pública, prejudica a formação dos estudantes e, consequentemente, impede o acesso dos filhos e filhas da classe trabalhadora à Universidade Pública”. Essa é a chamada para a audiência pública que debaterá a revogação do NEM em Dourados. O evento será nesta quinta-feira, dia 27 de abril, às 19 horas, no Teatro Municipal.

Os propositores, vereador Elias Ishy (PT) e deputada estadual professora Gleice Jane (PT), juntamente com o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação de Dourados) e a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), estão empenhados em reforçar a luta no município. “Qualquer que seja a mudança, ela deve ser respaldada em um processo participativo e democrático, ouvindo alunos, pais, técnicos e professores”, afirma o parlamentar.

O atual modelo, segundo os organizadores, precariza a Educação, provoca o desmonte das políticas educacionais, restringe o acesso da classe trabalhadora ao Ensino Superior, limita o currículo escolar, fomenta a privatização, prejudica a formação do estudante da Escola Pública, oferecendo um ensino mais técnico para os mais vulneráveis e mais científico para os que têm maiores condições.

Além de não assegurar investimentos suficientes para garantir condições de acesso e permanência dos estudantes, aumenta consideravelmente o número de componentes curriculares, quando deveria diminuir o número de disciplinas escolares obrigatórias e desregulamenta a profissão docente, sendo possível a terceirização de partes da formação para as empresas. Para os organizadores, ainda tira o direito de aprendizado de disciplinas fundamentais para a leitura da realidade, da formação crítica e somente após a revogação para ser possível a construção de uma nova proposta.

Essa atividade faz parte de uma agenda de luta da 24ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que é realizada de 24 e 28 de abril, em defesa da educação, pelo cumprimento do Piso Nacional, pela política salarial de professores convocados, reestruturação da carreira administrativa e a cultura de paz na sociedade e nas escolas.

PISO

Na rede municipal, o Governo de Dourados está pagando salários abaixo do Piso Nacional do Magistério, desrespeitando a Lei federal 11.738/2008, assim como ocorreu durante todo o ano de 2022. O Simted cobra a construção de um projeto para o piso 20 horas do Magistério, que já é realidade em muitas cidades e na rede estadual.
A administração também não atende à demanda do administrativo educacional municipal pela criação de um adicional de incentivo de valorização profissional e a retomada do Pró-funcionário. “Não negocia diretamente com a categoria, não paga o piso, não tem planejamento, como uma cidade caminha bem sem valorizar a educação?”, finaliza Ishy. 

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