Novo decreto da Lei Rouanet deve ser assinado até o fim deste mês
© Joédson Alves/Agência Brasil
Ministra da Cultura pretende descentralizar distribuição de recursos
Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil – São Paulo
O decreto que regulamentará as mudanças na Lei Rouanet deve ser assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o fim deste mês, informou, nesta quinta-feira (9), o secretário de Economia Criativa e Fomento à Cultura, Henilton Menezes. O secretário participou, ao lado da ministra da Cultura, Margareth Menezes, de um evento na B3, a bolsa de valores paulista, no centro da capital.
Em entrevista, a ministra disse que um dos focos da mudança na política de fomento cultural é levar recursos para regiões do país nem sempre atendidas pelas políticas públicas atuais. “A Lei Rouanet está vindo com um decreto novo para descentralizar mais, sensibilizar as empresas, para que esses investimentos cheguem a todo o Brasil”, afirmou Margareth Menezes.
Durante o evento na B3, foi lançada a captação de recursos para construção de um teatro pelo Instituto Baccarelli, em Heliópolis, comunidade da zona sul paulistana. Com custo estimado em R$ 37 milhões, o teatro será construído em um terreno cedido pela prefeitura de São Paulo e terá com capacidade para mais de 500 pessoas. Há 25 anos, o instituto mantém um projeto de formação musical para jovens na região central da cidade.
Assim, como em todos os projetos aprovados pela Lei Rouanet, os valores destinados pelos financiadores do empreendimento poderão ser abatidos do Imposto de Renda.
A ministra da Cultura informou também que, ainda neste mês, deve começar o repasse de recursos das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, que têm como objetivo amenizar os impactos da pandemia de covid-19 no setor cultural. “Agora, nós conseguimos remontar o ministério e vamos começar a executar as leis”, ressaltou Margareth, ao lembrar que o Ministério da Cultura tinha sido extinto no governo anterior e, por isso, precisou de um esforço para ser recomposto.
Sensibilizada pelos temporais que causaram 64 mortes no litoral norte paulista, a ministra da Cultura disse que também pretende criar um mecanismo para atender o setor cultural em áreas atingidas por catástrofes.
Edição: Nádia Franco