Vigilância Sanitária e Guarda Municipal se unem no combate aos cigarros eletrônicos e similares

Guarda Municipal deve atuar na orientação e posterior fiscalização (Foto: Assecom)

Campanha de orientação deve ser desenvolvida nas proximidades de escolas municipais, estaduais e particulares

Representantes da Vigilância Sanitária e GMD (Guarda Municipal de Dourados) se reuniram nesta quarta-feira (24) para discutir ações relacionadas à fiscalização e combate da comercialização de DEF (Dispositivos Eletrônicos para Fumar), ou cigarros eletrônicos e similares. O encontro aconteceu seguindo orientação da Promotoria de Justiça de Dourados.

A comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas no Brasil, desde 2009. Mesmo com essa resolução, os itens são facilmente encontrados no comércio do município, alguns deles próximos às unidades educacionais, o que aumenta a preocupação das autoridades. “O produto é proibido, não tem registro na Anvisa e entra no país de forma ilegal e mesmo sendo derivado de tabaco é ilegal”, aponta a diretora do Núcleo de Vigilância, Ana Paula Triches.

O foco inicial seria uma campanha educativa e de orientação sobre o assunto nas imediações das escolas municipais, estaduais e particulares, especificamente para que os alunos tomem conhecimento da ilegalidade e riscos envolvendo os produtos. “Vamos realizar ações de fiscalização aos comércios suspeitos de vender esses produtos próximos aos estabelecimentos de ensino, antes do início do ano letivo, mas estendido durante todo o ano”, explica a diretora-geral da GMD, Graziele Cespedes do Nascimento.

Segundo ela, o objetivo é combater a venda e o consumo desse tipo de produto. “A intenção é realizar uma ação mais contundente, envolvendo todos os órgãos de segurança pública e os fiscais da vigilância sanitária, na primeira quinzena de fevereiro, nas tabacarias e conveniências da cidade de Dourados”, completa.

Cigarro eletrônico, vaporizador, vaper, e-cigarro, e-cigarrete são nomes que o Instituto Nacional de Câncer (INCA) usa para os DEFs (Foto: Divulgação)

Entenda os riscos

Os cigarros eletrônicos funcionam à base de uma bateria que aquece uma solução líquida, produzindo um aerossol que é inalado pelo usuário. Essa solução é composta principalmente por nicotina, propilinoglicol ou glicerol e aditivos de sabor. A depender da solução líquida, essas substâncias podem variar. Estes produtos possuem também substâncias cancerígenas e com potencial explosivo, metais pesados, além de produtos utilizados na indústria alimentícia.

Nos dispositivos eletrônicos, não acontece a queima do tabaco e, portanto, não é produzida uma fumaça, mas sim um vapor ou aerossol, que também é danoso à saúde.

A grande diferença entre o cigarro eletrônico e o convencional está na apresentação, já que os dispositivos eletrônicos para fumar apresentam sabores e aromas agradáveis, entrando aqui a diferença entre a fumaça e o vapor. Ambas as características acabam passando a ideia de que o produto é inofensivo, mas a realidade esconde diversos riscos para a saúde. 

A nicotina, princípio ativo do tabaco e que está presente em grande parte das soluções utilizadas nos DEFs, é caracterizada como uma droga psicoativa que pode causar dependência e apresentar danos pulmonares. A Organização Mundial de Saúde (OMS) salienta que todas as formas de tabaco são prejudiciais e não existe um nível seguro de exposição.

Estudos vêm demonstrando que o uso do cigarro eletrônico aumenta em três vezes o risco de experimentação do cigarro convencional, além do aumento de quatro vezes para o risco de iniciação do comportamento de fumar, especialmente entre a população jovem. 

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